O Luge

Assim como o Skeleton, o Luge também é disputado em cima de um trenó e considerado um dos esportes mais radicais do programa olímpico. A diferença é que o atleta desce as pistas com as costas em cima do trenó e a cabeça para trás, sem ter uma visão completa da pista. Nos Jogos Olímpicos são quatro descidas e vence quem tiver o menor tempo.

As primeiras referências ao Luge existem desde o Século 16 com relatos na Noruega e Alemanha, com o hábito de meio de transporte. Entretanto, a versão moderna ganhou corpo no Século 19, em St. Moritz, na Suíça (berço do skeleton e bobsled). Ele é disputado individualmente ou em duplas masculinas.

A primeira corrida oficial de Luge aconteceu em 1883 e, em 1913, nasceu a Federação Internacional de Esportes de Trenó, na Alemanha. A federação organizou o esporte até 1935, quando foi incorporada à IBSF. Vinte e dois anos depois, nova ruptura com o surgimento da Federação Internacional de Luge. Em 1964, o esporte passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Alemanha, Áustria e Itália (principalmente a região de Bolzano) são as principais potências do Luge. Juntos, os três países conquistaram, até 2018, nada menos do que 85% das medalhas olímpicas de toda a história.

Além da versão olímpica, existe o Luge em Pista Natural. O esporte segue a mesma lógica, mas tem algumas diferenças: as pistas são menores e com curvas mais fechadas, o trenó possui uma alavanca que serve como freio e a própria pista não tem refrigeração artificial.

O “kit” do Luge

O Luge exige uma série de equipamentos obrigatórios para os atletas. Além do capacete aerodinâmico, os competidores precisam utilizar botas de alta resistência por conta do impacto com a pista, visores e luvas com micro-agulhas para causar atrito no chão durante a largada e aumentar a velocidade.

Os trenós devem ter dois corredores de metal que tocam diretamente a pista de gelo e um encosto para o atleta poder se deitar. Ele é feito de fibra de carbono, madeira e aço. Ele deve pesar no máximo 23kg nas competições individuais e 27kg nas duplas.

Normalmente, as pistas artificiais são as mesmas onde acontecem provas de Skeleton e Bobsled, mas mulheres e duplas costumam largar em outros pontos (reduzindo o trajeto). Os atletas podem chegar a 145km/h, o que faz dele o esporte de inverno mais rápido do programa olímpico.

Dicionário do Luge

Bridges: de aço, são equipamentos que conectam o trenó às lâminas.

Double: é o nome da categoria disputada por duplas masculinas.

Kufens: lâminas de fibra de vidro que seguram as lâminas que fazem o trenó deslizar na pista.

Natural track: modalidade não-olímpica e com trenós diferentes, em que os atletas competem em pistas sem refrigeração artificial.

O Brasil no Luge

Ao lado do Bobsled, o Luge acompanha a CBDG desde sua fundação em 1996. As primeiras competições do país na modalidade foram em 1997, com Ricardo Raschini e Renato Mizoguchi. Os dois, inclusive, participaram dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002, em Salt Lake City (EUA).

O Brasil manteve uma atividade constante no Luge olímpico até 2005. Nessa data o país começou a participar do circuito internacional do Luge em pista natural. Desde então, foram três participações em Mundiais e em etapas da Copa do Mundo.

Conquistas do Brasil no Luge

1998 – Ricardo Raschini conquista a primeira medalha do Brasil no Luge, com a prata na Alberta Cup, no Canadá.

2001 – Ricardo Raschini participa do Mundial de Luge em Calgary, no Canadá, e termina na 53ª posição. É a estreia do Brasil em um Mundial de esportes no gelo.

2001 – Com Ricardo Raschini e Renato Mizoguchi, Brasil estreia na Copa do Mundo de Luge Olímpico. Atletas terminam na 66ª e 76ª posições, respectivamente.

2002 –Ricardo Raschini e Renato Mizoguchi representam o Brasil no Luge nos Jogos Olímpicos de Salt Lake City e terminam na 45ª e 46ª posição, respectivamente.

2002 – Ricardo Raschini e Renato Mizoguchi representam o Brasil novamente na Copa do Mundo de Luge Olímpico e terminam na 54ª e 68ª colocação, respectivamente.

2003 – Renato Mizoguchi conquista o primeiro ouro brasileiro na modalidade ao vencer a Nagano Luge Cup, no Japão.

2003 – Renato Mizoguchu é o 63º na Copa do Mundo de Luge Olímpico.

2004 – Renato Mizoguchi participa do Mundial de Luge e termina na 40ª colocação.

2004 – Renato Mizoguchi é o 54º e Rafael Miranda o 70º na Copa do Mundo de Luge Olímpico.

2005 – Renato Mizoguchui, 50º, Rafael Miranda e Leonardo Alves, empatados em 64º, participam da Copa do Mundo de Luge Olímpico.

2005 – Brasil estreia no Luge Natural. Diego Bersuc é o 47º no Mundial, e Michelle Mercer fica na 24ª posição da Copa do Mundo e 19ª no Mundial.

2009 – Stefani Salani é a única brasileira a participar de uma temporada da Copa do Mundo de Luge Olímpico. Atleta é a 49ª colocada na classificação final.

2013 – Após oito anos, Brasil volta a disputar Copa do Mundo de Luge Olímpico entre os homens. O experiente Leonardo Alves fica na 70ª colocação.

2014 – Flávio Macedo recoloca o Brasil no Luge Natural. Atleta é o 43º na classificação final da Copa do Mundo.

2015 – Flávio Macedo e Rafael Manfrinato representam o Brasil na temporada do Luge Natural. Flávio é o 35º tanto no Mundial quanto na Copa do Mundo. Rafael, por sua vez, é o 39º no Mundial e 47º na Copa do Mundo .

2016 – Após três anos, Brasil retorna à Copa do Mundo de Luge Olímpico com Gabriel Bernardes. Atleta fica na 58ª posição.

2016 – Três atletas representam o Brasil na Copa do Mundo de Luge Natural. Rafael Manfrinato é o 46º, e Geraldo Gabriel de Oliveira e Yuri Assine ficaram empatados em 64º.

2017 – Yuri Assine, Leonardo Oliveira e Ana Luiza Delicio participam da temporada do Luge Natural. Yuri é o 45º e Leonardo o 53º na Copa do Mundo masculina. Ana é a 31ª entre as mulheres. No Mundial, Leonardo é o 35º e Yuri o 41º, enquanto Ana é a 25ª.

2018 – Leonardo Oliveira faz a melhor temporada do Brasil no Luge Natural ao terminar na 32ª colocação da Copa do Mundo masculina.