O Curling

Um dos queridinhos dos Jogos Olímpicos de Inverno, o Curling é uma modalidade que, a princípio, lembra a bocha, mas possui um nível de complexidade que o faz ser conhecido como “xadrez no gelo”. O jogo consiste no lançamento de pedras em relação a um alvo e, no fim, quem tiver mais pontos vence a partida.

O Curling é um dos esportes coletivos mais antigos do mundo, sendo praticado desde o Século 16 nos lagos congelados da Escócia. O primeiro clube de Curling surgiu em 1716 (Kilsyth Curling Club) e existe até hoje. No Século 19, as primeiras regras foram criadas. Ele fez parte da primeira edição dos Jogos de Inverno, em 1924, mas só retornou ao programa olímpico em 1998.

Atualmente, o Curling possui três categorias principais: a mais tradicional é a competição por equipes, modalidade formada por quatro homens ou quatro mulheres; a dupla mista, que surgiu no início dos anos 2000 e é formado por um homem e uma mulher; e a competição mista por equipe, com dois homens e duas mulheres, e que surgiu em 2015. Apenas essa última não é olímpica.

A Escócia é o berço do Curling, mas o Canadá é a principal potência do esporte. O país da América do Norte conquistou mais da metade dos Campeonatos Mundiais por equipes e possui seis das 14 medalhas de ouro já disputadas em Jogos Olímpicos. Além dos canadenses e escoceses, os suecos e os noruegueses também se destacam no esporte.

O “kit” do Curling

O principal equipamento do Curling para um atleta é o que mais chama a atenção do público. As vassouras, feitas de fibra de carbono, permitem diminuir a fricção sobre a pedra, mantendo ou alterando sua trajetória e velocidade. Além disso, os competidores utilizam o sliding foot (sapato com sola deslizante) para fazer os lançamentos.

A pedra, de granito, pesa entre 17 e 20kg e tem uma circunferência de 910 milímetros, além de uma haste (handle) para facilitar seu manuseio. A pista tem 5 metros de largura e 45 metros de comprimento e possui especificidades diferentes das arenas de hóquei e patinação.

Dicionário do Curling

Casa: é o alvo que serve para determinar a área de pontuação do jogo. Lembrando que apenas a pedra mais próxima do centro do alvo pontua.

End: é cada período de uma partida. Na disputa por equipe, os jogos possuem dez ends. Nas duplas, são oito.

Hog Line: linha que marca o limite do atleta para fazer o lançamento de sua pedra.

Martelo: é a vantagem de lançar a última pedra do end.

O Brasil no Curling 

Um grupo de brasileiros, que morava no Canadá e começou a jogar Curling, foi o responsável pelo início da modalidade no Brasil. Marcelo Mello, Celso Kossaka, Luiz Augusto da Silva e César Martins jogavam na província de Quebec, no Canadá, e entraram em contato com a CBDG para formarem o primeiro time nacional.

No ano seguinte, o primeiro passo foi dado com o America’s Challenge, contra a equipe dos Estados Unidos. Desde então, o país cresceu e já participou de quatro Mundiais na categoria Dupla Mista, categoria que virou olímpica em 2018. Desde 2015, a CBDG organiza um Campeonato Nacional e conseguiu aumentar o número de praticantes nesta década no Curling.

Conquistas do Brasil no Curling

2008 – Formação da primeira equipe brasileira de Curling, com Marcelo Mello, Celso Kossaka, Luiz Augusto da Silva e César Martins.

2009 – Brasil desafia os Estados Unidos pela primeira vez no America’s Challenge com a equipe masculina.

2010 – Brasil volta a desafiar os Estados Unidos no America’s Challenge com a equipe masculina.

2014 – Após retomar modalidade, Brasil participa do Mundial de Duplas Mistas pela primeira vez com Marcelo Mello e Aline Lima. País fica na 34ª colocação final.

2015 – Equipe masculina do Brasil desafia os Estados Unidos pela terceira vez no America’s Challenge.

2015 – Marcelo Mello e Aline Lima representam o Brasil pela segunda vez no Mundial de Duplas Mistas e ficam na 30ª colocação.

2015 – Brasil participa do primeiro Mundial Misto de Curling (modalidade não-olímpica). Marcelo Mello, Sergio Vilela, Isis Oliveira e Luciana Barrella representam o país e terminam na 35ª colocação.

2015 – CBDG organiza primeira edição do Campeonato Brasileiro de Curling Duplas Mistas em Vancouver, no Canadá.

2016 – Brasil participa do Curling Misto nos Jogos Olímpicos da Juventude de Inverno. Elian Sabra, Victor Santos, Raíssa Rodrigues e Giovanna Barros formam o time brasileiro.

2016 – Pelo terceiro ano consecutivo, Marcelo Mello e Aline formam a dupla do Brasil no Mundial de Duplas Mistas. Eles ficaram na 29ª colocação.

2016 – Raphael Monticello, Marcio Cerquinho, Alessandra Barros e Luciana Barrella representam o Brasil no Mundial Misto. País termina na 33ª colocação

2016 – Vancouver, no Canadá, sedia a segunda edição do Campeonato Brasileiro de Curling Duplas Mistas.

2017 – Brasil desafia os Estados Unidos no America’s Challenge com a equipe masculina e, pela primeira vez, com a equipe feminina.

2017 – Com Anne Shibuya e Marcio Cerquinho, Brasil conquista melhor resultado da história no Mundial de Duplas Mistas ao terminar na 28ª posição.

2017 – Marcelo Mello, Sergio Vilela, Aline Lima e Luciana Barrella formam o time brasileiro no Mundial Misto e conseguem a primeira vitória do país em uma competição por equipes (7 x 3 na França). País fica na 30ª posição.

2017 – Campeonato Brasileiro de Curling acontece em Toronto pela primeira vez e, em parceria com o Curling Canada, país organiza clínica para latino-americanos com mais de 150 inscritos.

2018 – No America’s Challenge, Brasil enfrenta o Canadá, principal potência do esporte, pela primeira vez.